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22 de março de 2010

Uma pequena homenagem - Para um grande homem

Me desculpem pelo tamanho da postagem. Mas ele merecia.

Hoje perdemos um grande amigo. Mas não pra sempre. Não posso acreditar que pra sempre. É quase impossível imaginar que ele se foi e eu vivi tão pouco do que gostaria com ele. Não pode ser pra sempre.

Vicente foi um dos meus heróis, talvez umas das poucas pessoas que eu convivi nas quais eu me baseio para o meu modo de vida. Sempre feliz, sempre contente, sempre constante. Nunca vi em sua face nem o mínimo sinal de tristeza. Nesse exato momento ele deve estar sorrindo, enquanto todos que aqui ficaram, por ele choram.

É difícil pensar como que de uma hora pra outra alguém parte sem deixar vestígios. Não é o caso do Jaca; ele, com absoluta certeza, deixou muito de si nos lugares por onde passou, nas pessoas com quem conviveu e na obra que criou ao decorrer dos ano de sua vida. Quantos anos?
Não sei, eu nem sabia sua idade. Tinha muita coisa que eu não sabia sobre ele. Foram apenas um ano de convivência e eu não pude aproveitar o nosso amigo ao máximo. Mas o tudo que sei sobre ele já é o suficiente para admirá-lo tal qual admiro. Tal qual tantas pessoas tiveram ele como parte de sua vida.

É praticamente impossível imaginar que existiu alguém que não gostava dele, de seu jeito de ser, de seu jeito de viver.Ele viveu como muitos talvez gostariam e nunca souberam como: simples, constante, persistente e feliz. O Jaca era sempre o mesmo, não importasse o problema ou a dificuldade e nunca deixava de lado o seu jeito de ser. Ele se foi. Eu chorei.

Nem sei ao certo por que eu me peguei chorando. Poxa, o que eu vivi como ele? Pouco, muito pouco. Eu não era uma de suas pessoas mais próximas nem tinha muitas história pra contar sobre a gente. Mas ainda sim eu chorei. Mesmo sabendo que um dia eu ainda poderei revê-lo, mesmo sabendo que a última coisa que ele queria era que as pessoas chorassem. Peço desculpas, não deu.

Não queria que esse texto terminasse de forma triste, não é o que ele gostaria. Mas não tenho palavras para deixá-lo mais engraçado. Então, com o perdão dos direitos autorais, deixo aqui algumas memórias dele, que com certeza, sabia ser muito engraçado.

Quem não se lembra dos momentos de por no gráfico das aulas dele? E de quando o giz saia voando na cabeça de alguém? Ou quando ele queria que prestássemos atenção na aula e simplesmente pulava no meio, em cima ou em baixo das carteiras (na verdade eu acho que ele nem escolhia, ele só pulava e se caísse em cima, em baixo, sentado ou na cabeça de alguém, era só consequência! ). Ou quando ele levava alguém pro Olimpo só por ter passado vergonha na sala ou falado alguma coisa muito idiota tentando acertar a explicação (mas participando da aula, segundo ele). E tantas outras coisas!

Nunca vou me esquecer daquela primeira aula dele em que ele entrou correndo na sala, arrastou a mesa do professor pro meio e subiu sobre ela fazendo algo próximo de “uma dancinha bem esquisita” e começou a se apresentar. Hoje ele deve estar a caminho do Olimpo, pois com certeza ele participou e muito das aulas da vida, da minha e da de tantas outras pessoas. Esta é só uma homenagem Vicente, o mínimo que eu poderia fazer. Ela, nem de longe pode remontar o que você foi, mas é apenas um gesto de alguém que conviveu muito pouco tempo com você e aprendeu coisas para toda a vida. Obrigado por tudo que fez e esteja em paz (precisa pedir isso pra ele?). E eu termino aqui, deixando para todos aqueles que quiserem levantar e cantar, a letra que salva a vida de muitas pessoas nas provas:

Um, dois, três,
Três, dois, um,
Tudo sobre dois!
E depois vem a raiz
No dois e no três!

A Tangente é diferente
Vamos outra vez:
Raiz de três sobre três,
Um raiz de três!

“-Vicente, ô Vicente, como eu te adoro, meu amigão...”
Parte da música de formatura do 3ºB - 2008


G.

2 comentários:

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